Escuridade está em nossa almas, não achas? Mais maviosa. Nossas almas, vergonhiferidas por nossos pecados, apegam-se a nós ainda mais, uma mulher apegando-se ao seu amante, e mais e mais. § Ela confia em mim, sua mão meiga, os longuiciliados olhos. (Ulisses, trad. de António Houaiss, pp. 40-1.)
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
A Rua é das Crianças
Ninguém sabe andar na rua como as crianças. Para elas é sempre uma novidade, é
uma constante festa transpor umbrais. Sair à rua é para elas muito mais do que
sair à rua. Vão com o vento. Não vão a nenhum sítio determinado, não se defendem
dos olhares das outras pessoas e nem sequer, em dias escuros, a tempestade se
reduz, como para a gente crescida, a um obstáculo que se opõe ao guarda-chuva.
Abrem-se à aragem. Não projetam sobre as pedras, sobre as árvores, sobre as
outras pessoas que passam, cuidados que não têm. Vão com a mãe à loja, mas
apesar disso vão sempre muito mais longe. E nem sequer sabem que são a alegria
de quem as vê passar e desaparecer. Ruy Belo
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