domingo, 10 de fevereiro de 2013

XXXI - Se às vezes digo que as flores sorriem

                               na fotografia: o bailarino nijinski

Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.

Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa coisa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

Alberto Caeiro

2 comentários:

  1. Nicole,

    Maravilhoso espaço aqui tem...vou ficar por aqui.

    Beijinhos

    Ana

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  2. Tens o blogue com muitos poemas do Fernando Pessoa.
    Que é o meu poeta favorito.
    Por isso, só podia ter gostado do teu blogue.
    Beijinhos

    (Venho de um amigo teu amigo...)

    ResponderEliminar

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