Cago na juventude e na
contestação
e também me cago em Jean-Luc
Godard.
Minha alma é um gabinete
secreto
e murado à prova de som
e de Mao-Tsé-Tung. Pelas
paredes
nem uma só gravura de
Lichtenstein
ou Warhol. Nas prateleiras
entre livros bafientos e
descoloridos
não encontrareis decerto os
nomes
de Marcuse e Cohn-Bendit.
Nebulosos
volumes de qualquer filósofo
maldito, vários poetas
graves
e solenes, recrutados entre
chineses
do período T’ang,
isabelinos,
arcaicos, renascentistas,
protonotários
- esses abundam. De pop
apenas
o saltar da rolha na garrafa
de verdasco. Porque eu
teimo,
recuso e não alinho. Sou só.
Não parcialmente, mas
rigorosamente
só, anomalia desértica em plena
leiva.
Não entro na forma, não
acerto o passo,
não submeto a dureza agreste
do que escrevo
ao sabor da maioria. Prefiro
as minorias.
De alguns. De poucos. De um
só se necessário
for. Tenho a esperança
porém; um dia
compreendereis o significado
profundo da minha
originalidade: I am really the UndergroundRui Knopfli
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